Fotos: Bruna Leoratto
A banda No Gracias iniciou sua jornada em 2007, quando o vocalista e guitarrista Pablo Gusmão Rodrigues e o guitarrista Rafael Midugno começaram a tocar juntos. Desde o princípio pensando em compor para um projeto autoral, os músicos encontram a inspiração para o nome da banda em uma coletânea de grupos punks dos anos 70, chamada “No Thanks! The ’70s Punk Rebellion”. No mesmo ano, Renato Arrieche assume o baixo e em 2008 a banda completa a formação do baterista Rodrigo Corrêa. Somente quatro anos depois, já sem Renato, o grupo retoma as atividades como trio, até que em 2015 encontram o baixista Igor Lopes. A partir daí as coisas começam a acontecer e após uma sequência de shows, a banda resolve gravar o primeiro trabalho. O EP “2016” traz quatro músicas cheias de atitude e conta com a produção de Egisto Dal Santo.
Agora, enquanto preparam um novo trabalho, os membros da banda nos concederam uma entrevista em que falam sobre a história do grupo e os planos para o futuro:
Insanity: A banda nasceu em 2007, mas somente em 2013 realmente se afirmou. Por que o grupo esteve inativo por tanto tempo?
Pablo: Estávamos chegando num ponto em que não havia mais sentido nos reunirmos apenas para tocar, mas ao mesmo tempo eu não nos via prontos para nos apresentarmos por aí. Falo por mim mesmo, musicalmente. Eu também precisava de tempo para me dedicar ao doutorado. Então, o projeto ficou de molho e, enquanto isso, o Rafael comprou 1500 pedais, guitarra, amplificador… Eu também depois me equipei melhor. É difícil para quem não é cheio da grana investir nessas coisas para ficar mais “profi”, pois tudo é caro.
Insanity: Quais são as principais influências da banda?
Pablo: Bom, nós somos bem ecléticos e de forma mais indireta, tudo pode ser influência. Sobre as influências mais diretas, daquilo que compõe mais a sonoridade geral, acho que temos um pé no punk, incluindo a vertente hardcore, e outro nos anos 90, no grunge (que já um saco de gato também). Sei lá, com o que achas que nos parecemos? O que achares, também deve ser influência. Se algo te remeter a uma determinada banda, provavelmente seja algo que nós temos, ou algum de nós tem, de referência.
Rafael: Eu acho que a gente tem uma influência mais de rock alternativo do que propriamente grunge. E não só dos anos 90, mas dos anos 2000 também.
Insanity: Como funciona o processo de composição?
Pablo: No geral, eu faço as letras e nisso sai uma ideia esboçada de música, em cima da qual a gente trabalha.
Insanity Records: Fale sobre o EP lançado em 2016:
Rafael: Foi a nossa primeira tentativa de fazer uma gravação com uma sonoridade bem rock. E convidamos para produzir um músico da cena underground que tinha uma produção musical que era mais alinhada com a proposta da banda, mais independente, que é o que a gente se propõe a fazer.
Rodrigo: Foi nossa primeira experiência mais profissional em busca de gravação e divulgação. Também foi além do esperado em termos de produção porque houve, por exemplo, algumas inserções de efeitos que casaram com a ideia das músicas, como em “Valores” e “Segurança”. Foi válida também a experiência pelo Egisto (Dal Santo) ser alguém de expressão na produção e também na história do rock gaúcho.
Igor: Quando entrei na banda já havia um repertório, mas as gravações eram de má qualidade. Concordamos que seria importante ter gravações mais profissionais, para que a banda pudesse seguir em frente. E esse é ponto do EP de 2016, uma gravação mais profissional, em bons estúdios, com um bom produtor. Foi um amadurecimento para a banda, embora não tenhamos seguido em frente com a divulgação da forma que gostaríamos.
Insanity: Onde o público pode encontrar esse trabalho?
Pablo: No site da banda, nogracias.com.br e no nosso canal do Youtube.
Rafael: Também pode encontrar na página da banda do Facebook.
Insanity: A banda está gravando um novo material, o que o fã pode esperar deste novo lançamento?
Rafael: O público não vai encontrar mais do mesmo, nós temos uma diversidade de influências que não apareceram no primeiro EP e que está aparecendo nesse segundo. A intenção é sempre surpreender. Embora cada música tenha uma estrutura clássica de rock, com verso, refrão, etc. e tal, sempre tem um detalhezinho que se diferencia do que foi tocado antes, o que faz com que valha a pena para o ouvinte escutar a música até o final.
Igor: Pode esperar uma sonoridade mais enérgica, e o reconhecimento de cada instrumento, o que traz algo especial ao EP que, no conjunto, ficou “do caralho”.
Rodrigo: São músicas muito bem elaboradas devido à inspiração que tivemos na época para as composições, inclusive que deu nome a uma das músicas, que se chama 2016. Elas expressam mais energia e rebeldia.
Insanity: Pensam em gravar um videoclipe ou lyric video para promover o novo trabalho?
Rafael: Acho que um clipe sim.
Pablo: No site da banda e no canal do Youtube tem, digamos, “demo clipes” de duas músicas, “Valores” e “Marcha…”, além de um vídeo mais conceitual, os quais têm uma estética da banda e tal, mas claro, com as limitações inerentes a fazer no computador de casa. Agora acho que vamos fazer algo com mais recursos.
Insanity: A banda está preparando a agenda de shows para este ano?
Pablo: Sim, a ideia é começar a fazer shows assim que lançar o EP.
Igor: E a gente quer se fazer presente em todos shows e em todos os movimentos que estejam de acordo com o que a No Gracias busca. Além disso, costumamos sempre buscar shows em bares locais para mostrar um pouco mais do nosso trabalho.
Insanity: Deixamos este espaço para que a banda mande um recado direto para o público:
Igor: As músicas desse EP não deixam de ser um grito de revolta e insatisfação contra uma situação que aí está. Já dissemos que temos um pé no punk, resgatamos um pouco da origem do estilo com uma crítica pesada política e para quem curte isso pode ser “afudê”.
Rafael: Você que está insatisfeito com a situação política e econômica do Brasil, procure conhecer a nossa música, quem sabe você não se identifica?!
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