Independente de ideologias partidárias, não se pode negar que todos ainda sofrem os reflexos dos acontecimentos ocorridos em 2016. Tempos de tormenta, onde o ódio exacerbado e a cegueira seletiva parece tomar conta de pessoas de todas as classes sociais. As mudanças que eram esperadas após o impeachment (ou golpe) surgiram, mas foram para pior. Isso já era denunciado na música “2016”, da banda No Gracias, que retrata os fatos e as possíveis consequências desde fatídico ano.
“Esse que mundo quer? Esse espera o quê? Esse o que constrói? Onde quer viver? Conservador do quê? Por qual ideal se move? O coxa que merda de mundo pensa manter?”, um trecho da letra já questionava quais os motivos e quem realmente ganharia com a destituição da presidente eleita de forma democrática em 2014.
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O desemprego segue subindo e as propostas para mudanças nas leis da previdência e trabalhistas se mostraram péssimas para os trabalhadores. O prometido crescimento econômico não aconteceu e o caos toma conta das ruas do país com greves e sucateamento dos serviços públicos.
O vocalista e guitarrista, Pablo Gusmão Rodrigues, fala sobre a temática da canção: “A ideia veio pelo ano conturbado que foi 2016. A letra dessa música é bem direta e reflete o que víamos e, aliás, continuamos vendo. Estávamos vendo aquela palhaçada de um monte de políticos corruptos com discursos moralistas, incluindo um imbecil homenageando torturador; o STF casuísta em suas “interpretações” do texto constitucional, e sendo permissivo com uma escalada de abusos jurídicos insuflados pela grande mídia, o que também agravava a crise econômica pela forma como as empresas em si (e não apenas seus dirigentes) eram inviabilizadas, gerando desemprego. Enquanto isso as pessoas faziam declarações de ódio nas redes sociais.Era difícil para nós não nos manifestarmos diante desse cenário” – explica Pablo.