Rosa Tattooada: Tour de 35 anos é uma celebração ao Rock N Roll

Na última sexta-feira, 24/06, a Rosa Tattooada retornou a Porto Alegre para um show da tour que comemora 35 anos de carreira. O evento foi realizado na zona norte da cidade, no Espaço Marin, que recebeu a banda com casa cheia.

Atipicamente para uma noite desta época do ano, a temperatura estava muito agradável, quase de verão. É preciso comentar que o Espaço Marin (Rua Professora Cecy Cordeiro Thofehrn, 413) é uma grata surpresa para este que vos escreve. Conheci a casa esse ano e é um ambiente espetacular, grande, com palco bonito e o som sempre é maravilhoso. Sem falar no resto da decoração, fliperamas espalhados pelo espaço, mesa de sinuca e educação dos funcionários.

Mas voltando ao show, o power trio formado por Jacques Maciel (vocal e guitarra), Valdi Dalla Rosa (baixo e backing vocal) e Dalis Trugillo (bateria e backing vocal) dispensam apresentações. São um dos maiores nomes do Hard Rock do Brasil.

A banda sobe ao palco logo após as 22h e inicia a noite com a já clássica “Rendez Vous”, um dos riffs mais marcantes, em minha opinião. Emendando com outras duas figurinhas carimbadas dos shows, “Fora de Mim, Dentro de Você” e “Um Milhão de Flores”. A essa altura, a banda já havia dominado o ambiente, a casa lotada cantava junto e curtia cada momento. Então começam os acordes do clássico “Hey Hey, My My (Into the Black)” de Neil Young. Ela serve de prelúdio para “Tardes de Outono”, um casamento perfeito. Eis que acontece a primeira surpresa da noite. Jacques informa que irão prestar homenagem ao grande Fughetti Luz, um dos pioneiros do Rock N Roll Gaúcho e que nos deixou recentemente. E para a canção, “Campo Minado”, Valdi é quem assume os vocais principais, muito bem, diga-se de passagem.

A noite segue em clima de festa total e a Rosa Tattooada traz lá de seu primeiro disco, a música “Na Estrada”, dedicada a todos que gostam de viver a vida em duas ou quatro rodas. Em mais uma dobradinha sensacional, é a vez da “Born To Be Wild” do Steppenwolf, presente também no filme clássico Easy Rider (1969). Para homenagear mais compositores gaúchos a banda toca “Me Leva Pra Casa” clássico da Bandaliera, composta por Joe Euthanázia e “Você é tudo que eu Quero” de Bebeco Garcia. Nesta última, Valdi volta a assumir os vocais principais e mais uma vez mandou muito bem. É algo bem legal de ver ao vivo, além de termos a oportunidade de ver o baixista assumindo a função de cantor, ainda podemos ver o Jacques mais livre no palco, retornando ao microfone apenas nos refrãos.

A próxima da noite é “Velha Fotos”, hino da Tequila Baby (e que falta está fazendo a Tequila Baby). A plateia canta a plenos pulmões, até o fim da canção. Então Jacques conta que a Rosa Tattooada começou graças a um empurrãozinho do lendário Flávio “Júpiter Maçã” Basso, que instigou o então roadie a montar uma banda para abrir alguns shows d’Os Cascavelletes. Para prestar tributo, agora a Rosa toca “Sob Um Céu de Blues”, com um trecho de “Knockin’ On Heaven’s Door” no meio. Mais uma vez o público canta junto, palavra por palavra. É emocionante ver uma banda com tanta história, achar espaço para tantas homenagens e conseguir imprimir a sua identidade em cada canção.

A noite volta a pegar fogo com “Carburador”, carro chefe do disco homônimo de 2001, que trouxe a Rosa Tattooada de volta à ativa. É chegada a hora dela, uma das músicas mais tocadas das FMs gaúchas, clássico absoluto com letra de Thedy Corrêa e música de Jacques Maciel, “O Inferno Vai Ter que Esperar”. Como estamos em 2023, o público acompanha com a lanterna do celular, invés do tradicional isqueiro.

A essa altura a banda se despede, mas o público nem a deixa descer do palco e o bis já começa imediatamente. “Não Sei” da TNT é a primeira, seguida pela arrasa quarteirão “Rock And Roll Até Morrer”, presente no mais recente álbum do grupo “25”. O gran finale chega com “Cachorro Louco”, mais uma das músicas que marcaram o Rock Gaúcho.

O show chega ao fim e todos na casa sabem que presenciaram um espetáculo de Rock N Roll, sem frescuras, direto e muito festivo! Podemos dizer que além de ser a celebração dos 35 anos de estrada da icônica Rosa Tattooada, também celebra o Rock Gaúcho em geral.

Após o show, a banda ainda atende todos que querem tirar uma foto e bater um papo com os músicos. Mais um exemplo de humildade, respeito e parceira com o público que acompanha o trabalho do power trio há poucos meses, ou nas últimas décadas. Parabéns Rosa Tattooada, que possamos ver vocês nos palcos por muitos anos e que ainda venham novos discos e celebrações para a banda.