No último sábado (13), o auditório Araújo Vianna recebeu a primeira das duas apresentações da banda Jota Quest, com o show “Dias Melhores RS: Música e Solidariedade. O projeto, que tem o objetivo de arrecadar fundos para as pessoas atingidas pelas enchentes de maio, no estado, é uma parceria da Opinião Produtora, com o Instituto RSNASCE e apoio da Rádio Atlântida e RBSTV.
Com o auditório completamente lotado, a banda sobe ao palco por volta as 21h30, já com o mega hit “Além do Horizonte”. Rogério Flausino, Marco Túlio, PJ, Paulinho Fonseca e Márcio Buzelin são ovacionados pelo público gaúcho. E sem deixar o ritmo baixar, a banda já começa “Na Moral”, uma das músicas mais marcantes de sua carreira.
O Jota Quest está em tour que comemora os 25 anos de história, então o público sabe que vai receber um espetáculo cheio de hits. Aquelas músicas que fazem parte da trilha sonora da vida dos brasileiros nas últimas décadas. Dessa forma, a próxima é “Encontrar Alguém”, lá do primeiro disco “J.Quest” de 1996, mas que todos os presentes sabiam a letra de cor.
Claro que o quinteto não parou no tempo, tanto que em 2023 lançou a primeira parte do seu novo trabalho de inéditas, “De Volta Ao Novo Volume 01”, e a banda fez questão de incluir a faixa que dá nome ao trabalho no show, muito bem recebida pelo público.
“O Sol”, mais um sucesso do álbum “Até Onde Vai”, de 2006, é a próxima. Ela é seguida por “Mais Uma Vez” e “Amor Maior”, e é incrível como todos os presentes cantam juntos cada palavra dessas músicas. É uma volta aos tempos áureos das FMs de Pop Rock e dos programas de videoclipes da extinta MTV.
Sob uma chuva de aplausos e gritos dos fãs, as luzes se apagam no palco e a banda se retira, o baixista PJ volta para esmiuçar seu instrumento, antes da banda começar a música “Mandou Bem”. O músico é um excelente instrumentista, com muita versatilidade. Aliás, toda a banda é sensacional. Rogério é um verdadeiro frontman, com carisma e super afinado, daquelas vozes que você reconhece na primeira palavra. Paulinho Fonseca é um grande baterista, responsável pelas batidas contagiantes de clássicos da banda. Márcio Buzelin também não fica para trás, tanto com teclados dançantes quanto com linhas limpas para as maiores baladas do grupo. E Marco Tulio é um guitarrista clássico do Rock N Roll! Tem estilo, como se move no palco, sem falar na sua habilidade de solar. Com certeza essa liga é algo ímpar na música, não é à toa que a mesma formação desde o início, sem alterações.
Mais uma vez as luzes se apagam e começa um vídeo nos telões com depoimentos de cada um dos músicos, falando do começo da banda, perrengues da estrada e desafios da convivência ao longo de quase três décadas. É nesse clima que Rogério retorna ao palco com seu violão para começar mais um hino, “Fácil”. A primeira grande balada da banda é cantada por todos os presentes. Logo a banda completa retorna para fazer a canção crescer mais e explodir em um dos momentos mais emocionantes da noite.
É nesse clima que a banda executa as próximas “Vou Pra Aí” e “As Dores do Mundo”, lá do primeiro disco. “Do Que Eu Também Não Entendo”, hit presente no álbum “Oxigênio”, de 2000, é uma grata surpresa no repertório.
É a vez de Paulinho Fonseca puxar a batida para os backings vocals convocarem a plateia com a chamada “Vem pro Baile”. É a introdução certa para a swingada “Blecaute (Slow Funk)”.
E em seguida a temperatura baixa para “O Vento”, somente voz e piano, uma bela versão e interpretação de Rogério e Márcio. O clima segue com “Daqui Só se Leva o Amor” e a novíssima “N-U-M-A-B-O-A”, que é uma parceria com Vitor Kley.
Eis que então chega de um dos grandes clássicos do grupo, “De Volta ao Planeta”. Essa é uma daquelas músicas arrasa quarteirão. Um hit com tudo, batida, riff, vocal envolvente, coro no refrão, baixo dançante e teclado dando um charme. Toda banda sonha em fazer uma música assim, que facilmente seria um encerramento perfeito para essa grande noite.
A banda se despede e agradece. O público nem pensa em ir embora e logo começa a pedir pelo bis. Com o palco totalmente escuro e para surpresa de todos, Rogério Flausino e Marco Tulio surgem no meio do público, cada um vindo de um lado, passando pelos fãs enlouquecidos com os músicos ali, no meio da galera. Em um mini palco, bem no meio do Araújo Vianna, a dupla começa mais um hino, lá do “Discotecagem Pop Variada”, de 2002, estou falando da power balad “Só Hoje”. É um momento apoteótico! Os dois no meio dos fãs, o resto da banda acompanhando do palco principal. Todos em sintonia, banda e público, cantando juntos. Um momento único.
A próxima é outro hino, a música que dá nome ao evento, “Dias Melhores”. Ela sintetiza tudo o que todos nós queremos no Rio Grande do Sul, no Brasil, no planeta todo: “… dias de paz, dias a mais, dias que não deixaremos para trás… dias melhores para sempre…”
O clima dentro do Araújo Vianna é de esperança e felicidade. E “Tempos Modernos”, cover de Lulu Santos, dá o tom dessa festa. Ela encaixa muito bem com a noite e com o estilo do Jota Quest.
O show está quase chegando ao fim, mas ainda dá tempo para a trinca “Dentro de Um Abraço”, a clássica “Sempre Assim” e o hino que coloca a casa abaixo, “Do Seu Lado”.
Jota Quest é um dos baluartes do Pop e do Pop Rock Nacional, uma banda cheia de carisma e de grandes músicas. Mineiros com uma ligação imensa com o Rio Grande do Sul, e que desde o início das enchentes vem fazendo ações para angariar fundos para o nosso estado. Entre uma música e outra, Rogério falou sobre a importância do estado para a banda, desde o começo da carreira, quando praticamente moraram por aqui e fizeram shows lotados que deram energia necessária para seguirem apostando na sua arte. A recíproca é verdadeira, os fãs do Sul sempre estarão ao lado dessa grande banda.
Muito obrigado, Jota Quest.
Fotos:
Mary Up Fotos