Sem sombra de dúvidas, o Rush é uma das maiores bandas da história do Rock. Foram quarenta e sete anos de atividades e mais de quarenta milhões de discos vendidos, além de estar no Rock And Roll Hall of Fame e ter sua própria estrela na calçada da fama de Hollywood. Embora os fãs sejam apreciadores de todos os vinte lançamentos de estúdio do grupo, existe um consenso que a fase do fim dos anos 1970 e início dos anos 1980 seja considerada a fase de ouro Power Trio. É justamente esse período que o livro “Rush: Uma Cápsula do Tempo Visual”, do fotógrafo Bill O’Leary traz a tona. A versão nacional é um lançamento da Editora Denfire.
São dezenas de fotos produzidas durante as turnês dos discos “Hemispheres – 1978”, “Permanent Waves – 1980” e “Moving Pictures – 1981”, todas coloridas, tiradas em máquinas analógicas e muitas inéditas, publicadas pela primeira vez neste livro.
Moving Pictures Tour 1981
Seguindo a ordem cronológica inversa, o livro começa com a turnê do aclamado álbum “Moving Pictures”. Em breve introdução, Bill nos conta que as fotos dessa tour foram tiradas no Madison Square Garden, em Nova York, na noite de 18 de maio de 1981. O álbum tinha sido lançado há apenas três meses e já era um enorme sucesso de vendas. Fato que ajudou a lotar o local com mais de dezessete mil fãs enlouquecidos pelo power trio formado por Geddy Lee (voz / baixo / teclado), Alex Lifeson (guitarra) e Neil Peart (bateria).
Essa ocasião seria a sexta vez que Bill estava fotografando a banda. Para isso, o profissional nos conta que garantiu lugar na primeira fila, bem em frente ao guitarrista. E trata-se de um registro de uma época em que o grupo estava no seu auge. Diminuindo um pouco o lado progressivo para dar mais espaço à new wave, incluindo mudanças visuais, com Alex e Neil com cabelos mais curtos. A exceção é Geddy Lee, que manteve suas madeixas longas.
O que vemos nas fotos é uma banda forte, com muita vontade de estar ali, fazendo um show para uma casa lotada. Percebemos isso nos olhos de Geddy (página 11) e no rostos do Alex (página 22) e Neil (página 13). Além de trazer uma raridade, Alex usando um guitarra Fender Stratocaster (página 10).
Permanent Waves Tour 1980
Em maio de 1980, Bill teve a oportunidade de fotografar a banda em quatro show seguidos. Nos dias 8,10 e 11 de maio no The Palladium, em Nova York, e dia 23 de maio no Nassau Coliseum, em Long Island. Com o disco “Permanent Waves” lançado a cerca de quatro meses, a banda começa a despontar, com as músicas “The Spirit of Radio” e “Frewill” já fazendo parte rotineira das programações das rádios dos Estados Unidos.
De acordo com o autor, o setlist dessa tour é um dos melhores de todos os tempos da banda. Já esteticamente a banda começava a atualizar seu visual para entrar na década de 1980. Os kimonos acetinados saem de jogo para dar espaço aos casacos esportivos e gravatas finas. Alex já se apresentava com os cabelos mais curtos e Neil abandonara seu tradicional bigode.
Bill acerta em cheio ao capturar Neil Peart totalmente concentrado em seu ofício, nas fotos das páginas 24, 30 e 31. Assim como a beleza de seu kit de bateria, iluminado, nas páginas 27, 35, 36, 40 e 48. Aliás, falando na foto da página 35, assim como a da página 32, poderiam muito bem ser aquelas fotos de capas de discos ao vivo.
Já Alex Lifeson brilha nas fotos das páginas 34, 38, 41, 43, 47 e 49. Muitas delas fazendo aquelas típicas caretas que o guitarristas reproduzem ao realizar um solo. Mas além disso, o músico transparece felicidade e entusiasmo. Enquanto Geddy Lee é um misto de calmaria, como vemos nas fotos das páginas 33, 45 e 46, e visceralidade nas páginas 37, 52 e 54.
Hemispheres Tour 1979
Em seus primeiros dias como fotografo de Rock, Bill O’Leary teve a oportunidade de registrar a banda no Auditorium Arena (Denver, Colorado) em 28 de março de 1979. O jovem, ainda finalizando o ensino médio, nos conta que logo no início tiveram que interromper o show, para pedir que o público recuasse, sob o risco de desmoronar o lado do palco onde o guitarrista estava.
Bill ainda nos conta como foi mágico assistir ao Rush desfilar um setlist com suas melhores músicas da década de 1970, como “Cygnus X -1” e “Something for Nothing”, para uma plateia hipnotizada. Além de se desculpar pela qualidade técnica da fotos, produzidas por um novato na profissão.
Se realmente a qualidade das fotografias deste show não são das melhores, com certeza conseguiram capturar a banda com uma energia contagiante. Com destaque para Alex solando na página 59 e 65, e Alex e Geddy interagindo na página 61. É um registro histórico de uma banda que estava começando a cravar seu nome como uma das maiores da história.
Por fim, ainda podemos destacar a homenagem à Neil Peart, na página 68. Com toda certeza, um dos maiores bateristas que já passaram por esse mundo.
De fato, como o subtítulo enfatiza, esse livro é uma cápsula do tempo visual da história do Rush. Capturando a essência de um banda em seu apogeu. E mostrando visualmente as mudanças que o power trio canadense teve a coragem de fazer em uma época crucial, e que podemos comprovar com o passar do tempo, que foi a atitude (visual e musical) mais acertada.
RUSH: Uma cápsula do tempo visual
Ficha Técnica
Editora Denfire
Tamanho: A5
Papel: couchè 115g full colour
Número de páginas: 68
Edição: 1ª (abril de 2022)
Idioma: português
Autor: Bill O´Leary
R$49,90 (frete incluso para todo o Brasil)
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