No último sábado (02), Porto Alegre recebeu o show “Clássicos”, da banda Os Paralamas do Sucesso. O evento, que celebra os 40 anos de carreira do grupo, aconteceu no auditório Araújo Vianna, com produção da Opinião Produtora.
Uma das grandes bandas do Rock Nacional, o power trio, Herbert Vianna (voz e guitarra), Bi Ribeiro (baixo) e João Barone (bateria), acompanhados dos músicos de apoio: Monteiro Jr (sax), Bidu Cordeiro (trompete) e João Fera (teclado), desfilou seus clássicos para um Araújo Vianna lotado.
Eram por volta das 21h20 quando os músicos sobem ao palco e são ovacionados pelos presentes. “Vital e Sua Moto” abre a noite, seguida por “Cinema Mudo” e “Ska”. Aí a banda já havia conquistado o público.
O grupo toca “Lourinha Bombril” e então Herbert informa que a próxima é uma canção original do músico Fito Páez, que Os Paralamas gravaram com o nome de “Trac Trac”, no disco os Grãos, de 1991. Quem ainda não lembrava, logo recorda a canta junto o refrão ”Dá-me tu amor / solo tu amor /
Solo dá-me tu amor…”.
A próxima é a pesada “O Calibre”, este que vos escreve estava ansioso para assistir ao vivo. Ela foi o primeiro single lançado pela banda após o acidente de ultraleve, sofrido por Herbert, em 2001. É seguida por “Selvagem” que inclui no meio um trecho de “Polícia”, dos Titãs, e “Cuide Bem de Seu Amor”, cujo refrão é cantado a plenos pulmões pelo público emocionado.
As belas baladas “Saber Amar”, “Tendo a Lua” e “Aonde Quer Que eu Vá” antecedem o clássico “Lanterna dos Afogados”. Aqui precisamos destacar os músicos de apoio, com um belo solo de sax do Monteiro Jr, seguido pelos teclados do João Fera. Herbert ainda nos brinda com o solo de guitarra marcante.
Outro grande destaque da noite foi toda a iluminação do show. Realmente um espetáculo a parte. Com variações pensadas para cada música, em total sintonia. Talvez tenha sido uma das iluminações de shows mais bonitas que já tive o prazer de assistir.
A noite segue com “O Amor não Sabe Esperar”, “La Bella Luna”, “Será que vai Chover” e “Assaltaram a Gramática”. Cabe até uma homenagem para Tim Maia, com “Gostava Tanto de Você” e “Você”. A plateia em êxtase curte cada momento.
Herbert não é um daqueles front mans que interagem com o público a cada instante. Mas, mesmo com todas as dificuldades que a vida lhe impôs, compensam com emoção e com verdade em cada palavra cantada e nota tocada. Bi Ribeiro é um excelente baixista, quase sempre discreto no palco, mas super competente em seu instrumento. E João Barone é um dos grandes bateristas nascidos no Brasil, aliando uma técnica invejável com grande felling.
Herbert pergunta se o público já cansou e com a resposta negativa, vem o mega hit do álbum Bora Bora (1988) “O Beco”, seguida pelo hino do disco Selvagem (1986) “A Novidade”. O coro forte da plateia toma conta do Araújo Vianna.
Seguindo no clássico álbum Selvagem, chega a vez de “Melô do Marinheiro” e mais um grande hit, “Alagados”, com direito a uma pequena homenagem para Raul Seixas. Com “Uma Brasileira” e “Óculos”, a banda se despede, porém os presentes não se movem, pois ainda querem mais.
A harmonia entre a banda e seus fãs é algo emocionante de observar. Um grupo do tamanho d’Os Paralamas, mesmo com todos esses anos de carreira, ainda mantém um público fiel, que canta junto todas as músicas apresentadas pelo trio.
O retorno para o bis é inevitável, e cabe a João Barone apresentar a banda, agradecer e brincar com a plateia. Logo em seguida começa “Perplexo”, do álbum Big Bang, de 1989. Na sequência vem a faixa que dá nome ao disco “Bora Bora”. A próxima é a mega balada “Romance Ideal” e a clássica “Ela Disse Adeus”. No telão são exibidas diversas imagens que conversam perfeitamente com as canções, como trechos de filmes antigos e imagens em preto e branco.
Chega à hora de “Calendoscópio”, em que Herbert anuncia falando sobre a influência do Blues na faixa. O solo de guitarra da canção é um deleite aos amantes desse estilo. O show se encerra com “Meu Erro”, talvez a música mais conhecida do grupo?! Difícil dizer após assistir um show como esse, repleto de hits, que reconhecemos nos primeiros acordes.
O auditório Araújo Vianna lotado de fãs foi palco de um espetáculo musical e visual que poucos grupos, com tantas décadas de existência, ainda conseguem proporcionar.
Os Paralamas do Sucesso fizeram jus ao nome escolhido para a tour, “Clássicos”, e entregaram uma noite repleta de hits. Quem esteve presente, com certeza, não esquecerá tão cedo esse show. Uma grande celebração para uma carreira tão gloriosa.
Fotos:
MaryUP Fotos
Texto:
Mateus Rister