Fechado desde 2014 por conta de problemas estruturais, o Teatro de Câmara Túlio Piva finalmente vai reabrir ao público, no próximo dia de 19 março. O espaço cultural, que foi totalmente reformado pela Opinião Produtora entre 2020 e 2024, receberá um pocket show dos cantores e compositores Rodrigo Piva e Rogério Piva.
Com entrada apenas para convidados, o espetáculo integra o calendário de comemorações do aniversário da cidade e contará com um repertório formado por clássicos de Túlio Piva (1915-1993), como “Pandeiro de Prata”. Além dos netos do lendário sambista, sobem ao palco Everson Vargas (baixo), Giovanni Berti e Bruno Coelho (percussão). Vera Piva, filha única de Túlio, também vai fazer uma participação durante o show.
Rodrigo e Rogério, radicados em Santa Catarina há mais de 30 anos, buscam preservar a memória artística do avô, com vários projetos relacionados com a sua obra. Aos cuidados de ambos, há um acervo de discos, fotografias, vídeos, documentos, objetos pessoais e mais de 200 composições inéditas. O primeiro violão de Túlio, um Del Vecchio de 1950, é um dos itens que farão parte de uma exposição permanente dentro do Teatro.
RODRIGO PIVA
Compositor, intérprete e instrumentista, Rodrigo Piva é neto do famoso artista gaúcho Túlio Piva. Em 1995, Rodrigo fez a sua estreia com o CD “Contraste Brasil”. O seu segundo álbum, intitulado “Menina de Floripa”, foi lançado em 2002. Paralelamente, ele produziu os discos “Túlio Piva – Composições Inéditas” (1996) e o CD-Book “Túlio Piva – Pra Ser Samba Brasileiro” (2006).
Rodrigo ainda coproduziu o documentário “Túlio Piva – Pandeiro de Prata”, que foi selecionado para a mostra competitiva do RECINE – Festival Internacional de Arquivo, no Rio de Janeiro. Ele lançou o seu terceiro álbum solo, “Na Garganta do Artista”, em 2012. O seu quarto CD, chamado “Canto Quântico”, saiu em 2018.
FAMÍLIA PIVA
“Foi na batida do samba que ele aprendeu seus primeiros passos”. A segunda estrofe de “Pandeiro de Prata” resume como se deu a iniciação musical do seu neto Rodrigo, nascido na época em que a canção ficou conhecida em todo o país, quando Túlio Piva foi representar o Rio Grande do Sul no festival “O Brasil Canta no Rio” (1968), promovido pela TV Excelsior. Ele aprendeu a caminhar no ritmo do avô e mais tarde se tornou um cantor e compositor.
Com o outro neto, o multi-instrumentista e compositor Rogério Piva, não foi muito diferente. Aos 13 anos, ele já era um exímio bandolinista, se destacando como intérprete de Jacob do Bandolim e Pixinguinha. A estreia da dupla ocorreu no palco do Bar Gente da Noite, local que marcou época na noite porto-alegrense; e no LP “Sambas & Choros” (1982), acompanhando a intérprete Eneida Martins, o avô e seu amigo de infância Giovanni Berti, considerado o terceiro neto de Túlio.
TÚLIO PIVA
Em fevereiro de 1993, morreu o cantor e compositor gaúcho Túlio Piva. Nascido em dezembro de 1915 em Santiago do Boqueirão, cidade que faz fronteira com a Argentina, ele é considerado um dos principais representantes do samba brasileiro.
Dono de um estilo inconfundível, seus três maiores sucessos – “Tem que Ter Mulata”, “Gente da Noite” e “Pandeiro de Prata” – foram gravados aqui e no exterior, em interpretações memoráveis de Elza Soares, Elis Regina, Jair Rodrigues e Demônios da Garoa. Ao dedilhar o seu instrumento de maneira peculiar, com forte acento rítmico, Piva ganhou destaque pelo pioneirismo e pela mistura inusitada de suas influências, que vão do tango ao samba carioca.
Homenageado em 2006 com o CD-Book “Túlio Piva – Pra Ser Samba Brasileiro”, o artista teve os seus quatro LP’s, que estavam fora de catálogo, resgatados para um novo público. Em 2015, por causa do centenário do seu nascimento, a sua vida foi retratada no filme “Túlio Piva – Pandeiro de Prata”, produzido pela Vinil Filmes.
SERVIÇO – RODRIGO PIVA E ROGÉRIO PIVA
Onde: Teatro de Câmara Túlio Piva (Rua da República, 564)
Quando: 19 de março, terça-feira, às 20h
Abertura da casa: 18h30
* Evento apenas para convidados
Foto:
Bia Bolemann
Fonte:
Opinião Produtora